As três unidades fabris angolanas do sector têxtil contam com uma capacidade instalada para a produção de mais de 10 milhões de metros de tecido e 18 milhões de peças por ano, anunciou, quinta-feira, em Luanda, a chefe de Departamento das Políticas Industriais do Ministério da Indústria e Comércio, Antónia Torres.
A margem do 3º Fórum da Indústria Têxtil e Confecções de Angola, Antónia Torres realçou que, além da produção de tecidos, as unidade fabris têm as confecções no cerne da segunda fase do processo de relançamento da indústria têxtil lançado pelo Governo, embora, em operações mais direccionadas para produção de uniformes.
No caso específico da África Têxtil, implantada em Benguela, Antónia Torres avançou que vai produzir toalhas de mesa e lençóis, a Textang II, de Luanda, fica virada para a produção de uniformes, enquanto a Satex, do Dondo, para calças e camisolas (t-shirts).
"As três vão juntar-se às outras fábricas antigas de confecções, o que resultará numa produção de 18 milhões de peças por ano”, frisou Antónia Torres, considerando que a operação da indústrias têxtil já conseguiu diminuir o sufoco no sector de confecções, porque foi também implementado uns incentivos aduaneiros para os importadores de matéria subsidiária.
A chefe de Departamento das Políticas Industriais anunciou a probabilidade da abertura de mais unidades fabris à luz de iniciativas institucionais do fomento do investimento privado nesse sector.
"Estamos de portas abertas, caso haja um empresário que pretenda investir na indústria têxtil ou aumentar a linha de confecções: o Governo está disponível a dar o apoio institucional necessário, desde o financiamento e a outros factores necessários ao longo da implementação do projecto”, disse.
Protecção fiscal
Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio, a importação anual de vestuário novo e usado está avaliada em 300 milhões de dólares, o que faz que a indústria nacional opere a apenas 20 por cento da capacidade instalada, declarou Antónia Torres, o Executivo aposta na Pauta Aduaneira para proteger e apoiar a produção nacional.
Na pauta em vigor, a incidência dos direitos aduaneiros sobre a roupa usada (fardos) é de 10 por cento, mas, o Governo está a propor um agravamento para 30 ou 40 por cento na pauta a adoptar este ano, o que fará com que os produtos importados cheguem ao país a um preço superior, com a produção nacional a obter um mercado mais favorável.
"Estamos no bom caminho e acreditamos que vai ser o suficiente para a evolução e dinamismo do sector de confecções”,garantiu a chefe do Departamento de Políticas Industriais.
Secretário de Estado destaca oferta de emprego no têxtil
O secretário de Estado para a Juventude, Fernando João, reconheceu que o sector da Indústria Têxtil ocupa um lugar cada vez mais decisivo na economia mundial, na medida em que gera postos de trabalho e contribui para o crescimento económico.
A implementação das três unidades industrias têxteis permitiu, ao país, a geração de 1.500 postos de trabalho, incluindo 900 quadros do sector recém-formados na fábrica do Dondo, segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio.
Fernando João, que falava, ontem, no 3º Fórum da Indústria Têxtil e Confecções de Angola, destacou que a população angolana é maioritariamente jovem, e cerca de dois terço têm menos de 24 anos. Isso faz com que os jovens figurem no centro da acção política governativa, como os principais beneficiários dos programas de âmbito económico e social, visando a obtenção do contributo para o desenvolvimento sustentável do país e melhoria das condições de vida.
"Com a revitalização das indústrias do sector e a capacidade criativa e inovadora dos jovens, o mercado nacional terá capacidade de cobrir grande parte da procura local, mesmo partindo do pressuposto que o mercado deverá pautar pela relação custo-benefício”, afirmou o responsável.