O Governo investiu, de 2017 a 2022, em oito novas centrais híbridas de geração de electricidade com uma autonomia de cinco megawatts, cada, e que têm contribuído na estabilidade que se vê no fornecimento de electricidade em todo o país.
Estes indicadores foram avançados, esta terça-feira, em Luanda, na sexta edição do "Café CIPRA – Diálogo Sem Mediação”, que abordou o tema "A Electrificação do País e o Seu Impacto na Atracção de Investimentos”, pelo secretário de Estado da Energia.
António Belsa da Costa disse, na ocasião, que os investimentos em centrais voltaicas, ciclos combinado como o do Soyo e em complexos hídricos como Cambambe e Laúca visam garantir uma maior autonomia na produção de electricidade.
"Os outros projectos estruturantes, que estão em curso, são também os de ligação entre os sistemas Centro (Huambo/Lubango e depois Lubango/Cahama)”, disse.
Não menos importante, de acordo com António Belsa da Costa, é notar que a aposta em projectos do tipo do Ciclo Combinado do Soyo, alimentados por gás liquefeito, visam garantir a oferta energética mesmo em períodos de escassez de chuvas, quando as hídricas baixam o caudal de reserva de água e, consequentemente, da produção de electricidade.
O governante assume ser o Ciclo Combinado do Soyo apenas o início de uma estratégia ampla de diversificação da matriz energética. Para que não se duvide dos ganhos da aposta, Belsa da Costa referiu o exemplo deste ano em que, apesar das poucas chuvas, não foram sentidos cortes no fornecimento de energia.
Rede de Electricidade
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), Rui Pereira Gourgel, disse que a empresa que dirige actua, em todo o país, em cinco regiões de exploração, controlando 38 subestações de electricidade, 67 linhas de transporte e uma potência instalada de cerca de 11.691 megawatts.
"Para podermos atrair investimentos, precisamos oferecer energia em quantidade e qualidade”, afirmou. Daí, assume Rui Gourgel, existir uma forte aposta do Governo, através do Ministério e empresas do sector, na expansão da rede e dos sistemas.
Já o PCA da Empresa Na-cional de Distribuição de Electricidade (ENDE), Hélder de Jesus Adão, afirmou estarem controlados no cadastro da empresa 1,7 milhões de clientes, números que a empresa quer superar e, para tal, investe na massificação do sistema pré-pago.
Hélder Adão admitiu não estar-se ainda presente em todos os municípios das 18 províncias do país, mas que se está a trabalhar afincadamente para tal resultado.
Quanto ao administrador da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), Lello Francisco, disse no encontro que Angola, além de melhorar a oferta, reduziu bastante o custo de electricidade, o que permite ser competitiva na região austral, só para citar.
Um dado partilhado por Lello Francisco é o da necessidade de continuar-se a apostar na construção de infra-estruturas, porquanto os estudos avançam que o retorno gera mais-valia em torno de 2,0 a 4,0 por cento.
Investimentos poupam 143 mil milhões de kwanzas
O país poupou, desde 2019 até a presente data, cerca de 143 mil milhões de kwanzas (328,9 milhões de dólares) como resultado dos investimentos feitos pelo Governo no sector Eléctrico.
De acordo com o secretário de Estado da Energia, António Belsa da Costa, as despesas com combustíveis para o funcionamento de centrais térmicas, até então avaliados em 230 mil mi-lhões de kwanzas, reduziram para 87 mil milhões, face a entrada de novas hídricas e também de sistemas combinados de produção de electricidade.
Belsa da Costa avançou estes dados, ontem, em Luanda, durante a sexta edição do "Café CIPRA – Diálogo Sem Mediação”, que abordou o tema "A Electrificação do País e o Seu Impacto na Atracção de Investimentos”.
Em relação à meta de produção de 70 por cento de energia a partir de fontes limpas, o secretário de Estado disse que, neste momento, o país tem já uma autonomia de 62 por cento.
Na última conferência mundial sobre protecção ambiental (COP26), realizada em Glasgow, no Reino Unido, Angola assumiu a redução das emissões de dióxido de carbono e chegar a cifras de 70 a 72 por cento de produção energética a partir de fontes não poluentes.