Angola subiu 14 lugares na edição deste ano do Índice Global de Paz 2022, alcançando a 78ª posição entre 163 países, que se baseou em 23 indicadores quantitativos e qualitativos para a avaliação.
A 16ª edição do Índice Global de Paz do Instituto de Economia e Paz da Austrália (IEP) publicada, ontem, faz uma análise sobre as tendências da paz, o valor económico e como desenvolver sociedades pacíficas, cujos indicadores apontam três domínios, nomeadamente, o nível de segurança e protecção social, a dimensão do conflito doméstico e internacional em curso e o grau de militarização.
Em declarações a imprensa, a este propósito, o especialista em Relações Internacionais Matias Pires considerou a análise do Instituto de Economia e Paz da Austrália "uma grande conquista do ponto de vista do reconhecimento internacional do país”.
No seu entender, essa avaliação positiva chega, também, numa altura em que, recentemente, o Presidente da República, João Lourenço, foi designado Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, no final da Cimeira de Malabo, na Guiné Equatorial. Ressaltou, igualmente, o facto de Angola estar a viver um período de paz efectiva há 20 anos, para quem configura "exemplo de um modelo de gestão e resolução de conflitos, que é singular no continente africano”.
"Este relatório assegura a estabilidade aos mercados em como Angola é um país de paz e estabilidade e pode ser um bom destino para investimentos”, disse, acrescentando que este reconhecimento internacional deve fazer com que cada angolano na sua esfera de actuação lute para preservar estas conquistas.
O especialista destacou que hoje Angola é estável, pacifica e que em muitos aspectos surpreende pela positiva a comunidade internacional, recordando que, quando o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana, Bankole Adeyoe, esteve em Luanda, a 4 de Abril, no âmbito da preparação da Cimeira de Malabo, ficou maravilhado ao tomar conhecimento que o país tinha um Feriado para celebrar a Paz e a Reconciliação Nacional.
Por sua vez, o professor universitário Osvaldo Mboco disse que o Estado angolano, nos últimos tempos, tem estado a empreender uma nova dinâmica na busca de soluções para os conflitos do continente africano, sobretudo, na Região dos Grandes Lagos, sob a liderança do Presidente João Lourenço. "O Chefe de Estado, João Lourenço, no âmbito da diplomacia para a gestão e resolução de conflitos, tem conquistado um grande prestígio nesta matéria”, indicou Osvaldo Mboco, para quem esta avaliação no Índice Global de Paz 2022 demonstra que o país está no caminho certo.
Já o economista Augusto Fernandes afirmou que a subida de 14 lugares é sinónima de que as instituições estão cada vez mais fortes, estáveis e independentes, factores cumulativos fundamentais para que o país seja atraente para o investimento não petrolífero.
"A paz atrai investimentos menos especulativos, porque em territórios onde reina a guerra os investidores querem sempre recuperar o investimento num único ciclo de giro do capital”, acentuou.
Entretanto, Moçambique teve uma das maiores quedas no Índice Global de Paz, para a 122ª posição, devido ao terrorismo no país. Caiu 11 lugares, a segunda queda mais alta no indicador de protecção e segurança, atrás apenas da Ucrânia, devido ao conflito no país com grupos terroristas, refere a análise do Instituto de Economia e Paz (IEP), o que resultou num aumento do número de refugiados, de manifestações violentas e de terror político. Dos restantes países lusófonos analisados, Timor-Leste manteve-se em 54º lugar, a Guiné Equatorial desceu seis posições para a 59ª e a Guiné-Bissau caiu nove para a 110ª colocação da lista de 163 países. O Brasil manteve-se no 130º lugar.