A Gesterra (Gestão de Terras Aráveis) pretende relançar o Pólo Integrado de Desenvolvimento da Quiminha, localizado no município do Icolo e Bengo, em Luanda.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Gesterra, Carlos Paim, neste momento, o Pólo está a ser reestruturado, cuja actuação poderá incidir para a produção de hortifruticulturas, milho e soja, numa área de aproximadamente 1.200 hectares.
O Projecto Integrado de Desenvolvimento da Quiminha insere-se num vasto programa de investimentos estruturantes, e começou a ser executado em 2012, dois anos depois de ser aprovado pelo Executivo angolano.
Por outro lado, o pólo Agro-industrial de Capanda, em Cacuso (Malanje), também sob gestão da Gesterra, está a ser "reavaliado". Trabalhos de cadastro das terras estão a ser desenvolvidos, que de-pois poderão passar para outros concessionários.
"A reorganização prevê, também, o confisco de terras aos concessionários que não estão a fazer o uso delas", informou o PCA da Gesterra.
O responsável disse que a empresa está a mobilizar investidores nacionais e es-trangeiros que estejam interessados em algumas extensões de terras, para poderem desenvolver a actividade agro-industrial.
Infra-estruturação
A empresa pública de gestão de terras aráveis está também a gerir o projecto agro-alimentar da Quisenga Nova, em Malanje, que poderá produzir milho e soja, bem como ração animal. O projecto contempla a infra-estruturação de terras para o assentamento de novos jovens agricultores.
O PCA da Gesterra, Carlos Paim, frisou que está em fase de conclusão um projecto que visa a instalação de mais de 162 parcelas, de 5 a 20 hectares, que poderão ser distribuídas a 48 jovens produtores.
"Os jovens beneficiaram de formação para a gestão de parcelas de terras, produção e tecnologia para a utilização das máquinas e equipamentos", salientou.
A iniciativa tem como meta a produção intensiva e criação de cooperativas, uma medida que poderá facilitar a obtenção de financiamentos que a banca comercial tem estado a pôr à disposição dos agricultores.
"Este é um projecto integrador que tem uma parte gerida pela Gesterra, e depois o assentamento de agricultores formados nos institutos médios agrários, que serão os futuros gestores das parcelas já infra-estruturadas", sublinhou.
A empresa, está também a revitalizar a fazenda agro-industrial de Samba-Lucala, no município de Samba Caju, na província do Cuanza-Norte, com uma área bruta de 10 mil hectares, que actualmente está a produzir milho e soja, numa área de aproximadamente 2.200 hectares, dos quais 1.500 são irrigados.
Este Ano Agrícola, a Gesterra começou a ensaiar, no perímetro, a produção de várias variedades de trigo. Para esta época, vai ser utilizado um sistema de rega para poder "triplicar a produção".
Na campanha agrícola passada, foram produzidas, na fazenda, mais de 7.000 toneladas de milho e 3.000 de soja.
PLANAGRAO será implementado no Leste e Sudeste do país
A Gesterra vai proceder o levantamento e cadastro das zonas disponíveis para a implementação do Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (PLANAGRAO), uma iniciativa do Governo.
Em princípio, as regiões Leste e Sudeste do país, são as escolhidas para desenvolver o projecto, por terem grandes extensões de terras aráveis e com boas condições climatéricas e hídricas.
A iniciativa terá a participação activa de investidores privados, interessados em apostar no fomento da produção em grande escala de quatro grãos de amplo consumo, nomeadamente o milho, arroz, trigo e soja.
O programa já aprovado pelo Executivo angolano, será desenvolvido no quinquénio 2022-2027, e está orçado em 2,2 biliões de kwanzas (4 mil milhões de dólares norte-americanos).
"A perspectiva é que o plano atinja uma produção interna de 70 por cento do milho que é consumido no país, cerca de 60 por cento da produção local da soja, bem como 40 e 50 no arroz e o trigo, numa primeira fase de execução", informou.
Carlos Paim assegurou que estas metas são atingíveis, com o envolvimento e incentivo da classe empresarial privada, que tem estado a apostar no sector do Agro-negócio.