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INDÚSTRIA DE BEBIDAS  RECUPERA APÓS ANOS DE CRISE FINANCEIRA

  30 Aug 2022

INDÚSTRIA DE BEBIDAS RECUPERA APÓS ANOS DE CRISE FINANCEIRA

A indústria de bebidas nacional, um dos sectores que mais empregos tem criado no mercado nos últimos tempos, está a recuperar da profunda crise financeira que o caracterizava há três anos.

Os resultados operacionais do sector após uma queda entre 2017 e 2019, registaram em 2020 uma recuperação, situando-se agora em 79,44 por cento, demonstrando um aumento da capacidade das empresas em cobrir os gastos decorrentes da sua actividade, mitigando o recuo do desempenho económico.

Segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA), o desempenho económico da indústria transformadora, sobretudo no sector de bebidas, tem apresentado uma tendência decrescente nos últimos quatro anos no país, face ao actual cenário macroeconómico.

Os dados apontam que em 2020, a taxa de crescimento real do sector situou-se em 2,4 por cento, enquanto a taxa mais alta observou-se em 2018 ao situar-se em 4,8 por cento.

Apesar desses resultados, o relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado de 2022 (OGE), prevê um crescimento da indústria transformadora em 5 por cento no seu Produto Interno Bruto (PIB), impulsionado pelo aumento da produção no sector de bebidas, sobretudo no segmento da água de mesa (20 por cento), cerveja (2) e sumos (9,2).

Segundo o relatório para 2022, as dinâmicas do sector não petrolífero poderão registar-se nestes segmentos do mercado. Os dados apresentados pelo BNA apontam que, os proveitos operacionais (volume de negócio) da indústria de bebidas nos últimos quatro anos, cresceu de 1,19 para 14,86 por cento.Este crescimento significativo do volume de negócios registado em 2020, foi impulsionado pelas vendas que conheceram um aumento na ordem de 14,82 por cento.

Apesar do aumento das vendas, foi notório, igualmente, segundo o BNA, o aumento dos custos das mercadorias vendidas e das matérias primas consumidas, tendo causado uma mudança na trajectória de lucro (resultado líquido de exercício), que culminou com um valor negativo nos últimos três anos.

Assegura que a evolução do volume de negócios da indústria de bebidas esteve associada, sobretudo, ao desempenho das médias e grandes empresas no mercado.

Assim, durante o período em análise, o nível médio de participação das grandes empresas no volume de negócios do sector foi de 41,75 por cento, enquanto as médias tiveram uma participação de 40,69 por cento.

O comportamento da variação dos custos dos produtos acabados e em vias de fabrico, das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas, bem como os custos com pessoal, tiveram na base dos prejuízos registados entre 2018 a 2020.

Segundo dados da Associação Angolana de Bebidas, o sector conserva cerca de 14 mil postos de trabalho directos e 42 mil indirectos distribuídos em 43 empresas associadas.

Estrutura do sector

O sector da indústria de bebidas está subdividido em quatro segmentos, que compreende a produção de bebidas espirituosas, vinhos, bebidas com base no malte, não alcoólicas e gaseificadas.

1- Fabricação de bebidas alcoólicas destiladas; compreende a produção, preparação e acondicionamento de aguardentes e aguardentes vínicas velhas, brandes, Whisky, Rum, Genebra, Conhaque, gin, licores e produção de outras bebidas espirituosas e aguardentes de frutos.

2- Produção de vinho e de bebidas fermentadas de frutos compreende a produção de vinhos de mesa e vinhos (independentemente do teor alcoólico) a partir de uvas adquiridas a terceiros, de vinhos licorosos, de vinhos espumantes e espumosos, de vermutes, de cidra, perada e de outras bebidas de fermentação de frutos não destiladas. Inclui também as mistura, purificação e engarrafamento de vinhos.

3-Fabricação de cerveja e malte: compreende a produção de cerveja com e sem álcool e de malte.

4-Fabricação de refrigerantes, produção de águas minerais naturais e outras águas engarrafadas, compreende a exploração e engarrafamento de águas de mesa, de água mineral natural (gaseificada ou não), de água mineral artificial (enriquecimento com anidrido carbónico) e de bebidas não alcoólicas aromatizadas e/ou adicionadas de edulcorantes (laranjada, limonada, cola, etc.), de extractos naturais (água tónica, etc.) e de bebidas à base de frutos, incluindo a produção de xaropes e de produtos em pó para bebidas.

Conjuntura económica é favorável

A Conjuntura Económica às Empresas do sector da In-dústria transformadora permaneceu favorável no 4º trimestre de 2021, pois há cinco trimestres consecutivos que o Indicador mantém a tendência ascendente e permaneceu acima da linha média da série.

Observa-se ainda a evolução positiva do Indicador em relação ao período homólogo, resultante do comportamento favorável de todas as variáveis que o compõem.

Quanto às limitações de actividades, menos empresas registaram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades em comparação ao período homólogo.

A falta de matéria-prima, as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos e as dificuldades financeiras, foram os principais constrangimentos.

A falta de mão-de-obra especializada e o elevado absentismo do pessoal ao serviço, similarmente constrangeram as Indústrias Transformadoras.

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