O Governo Provincial de Luanda vai trabalhar para pagar a dívida, de mais de dois mil milhões de kwanzas, à Empresa Nacional de Construção de Infra-estruturas Básicas (Encib), de forma que essa possa resolver o problema dos 14 meses de salário em atraso dos funcionários, garantiu, nesta quarta-feira, na capital, o governador Manuel Homem.
Com o pagamento da dívida, a empresa, defendeu o governante, poderia também resolver a dívida com a Segurança Social, actualmente a rondar os mil milhões de kwanzas, e criar, entre outras, melhores condições técnicas para responder às várias exigências ou necessidades das comunidades.
Numa visita efectuada às instalações da Encib, para constatar o funcionamento da empresa pública e ouvir os funcionários, Manuel Homem reconheceu a existência da dívida, apontando que o foco é o pagamento da mesma. "Parte da dívida já é um processo que está a ser tratado para Dívida Pública”.
"Há questões de procedimentos que são necessários corrigir. Estamos a trabalhar para que isso aconteça. Não vamos pagar a dívida amanhã, mas actuar de forma concreta e objectiva para resolver, em definitivo, a situação que a Encib vive há anos”, disse.
Em declarações à imprensa, Manuel Homem adiantou que a empresa está a ser recapitalizada e há acções de gestão organizacional a serem implementadas na empresa, que hoje permitem actuar em melhores condições.
"Há um projecto a ser preparado para a Encib trabalhar em algumas das vias secundárias e terciárias de Luanda, com maior ênfase para as de determinados municípios.Penso que este programa vai ajudar a empresa a dar o grande salto que necessita”, destacou, acrescentando que a ideia é tornar a instituição numa das principais opções do GPL na adjudicação de obras imediatas em determinados municípios.
Quanto aos buracos existentes em determinadas estradas de Luanda, o governante acredita que a solução de alguns problemas pontuais, como estes, passam por uma maior intervenção da Encib, com o devido acompanhamento do GPL.
"A Encib deve ser pensada para responder às exigências da manutenção das vias em Luanda. Hoje, precisa ser reestruturada, capitalizada para responder aos grandes desafios da província. Por isso, a meta é, além da capitalização da empresa, criar condições, em termos de recursos humanos e financeiro, para a empresa realizar tais tarefas”, referiu.
Actividades
Há seis meses, a Encib tem um plano de melhorar as redes viárias de alguns municípios, com financiamento comparticipado entre o GPL e as administrações municipais, com cada parte a pagar 50 por cento da obra, disse, ontem, o director da empresa.
Laureano Tchoia disse que actualmente a empresa está a intervir em Viana, na rua da Guarda Passagem, onde fez o acesso alternativo para o mercado do Km 30, para prevenir eventuais constrangimentos quando a via principal entrar em obras. "Estamos a trabalhar também no distrito do Golfe, Kilamba Kiaxi, mais precisamente na rua da Santa Teresinha”.
Com a nova direcção a funcionar há mais de um ano, a Encib está num processo de voltar a ter um lugar firme no mercado. "Temos conseguido resultados positivos. Fechamos o ano de 2021 com um saldo financeiro positivo, de 178 milhões de kwanzas, número que podia ser maior, mas deu para cobrir custos e tornar a empresa viável”, explicou.
Quanto a questão da segurança social, Laureano Tchoia referiu que a actual direcção ainda pagou alguns meses, mas por motivos alheios teve de parar o processo. "Mas garanto que temos pago os salários em dia”.
A actual direcção, salientou, trabalha também na recuperação de dívidas, que muitas empresas têm com a Encib, além do GPL. Outra preocupação, disse, é a renovação dos equipamentos, que há anos estão depreciados e são essenciais para os desafios futuros. "Temos de aumentar os meios e dar capacidade técnica à empresa”.
A empresa, destacou, precisa de equipamentos para duas ou três brigadas de terraplanagem. "Olhando para Luanda, ficaríamos satisfeitos se tivéssemos uma brigada capaz de atender cada município, no mínimo. Mas, não tendo os meios, contamos, apenas, com parceiros, como a Erovia, com quem trabalhamos as empreitadas e depois dividimos o rendimento”, contou, esclarecendo que nem todas as empresas têm meios a disposição. "O mercado é grande e nas empreitadas maiores, as parcerias são vantajosas e ajudam na conclusão célere”.
A Encib, declarou, por ser uma empresa pública, tutelada pelo GPL, procurou, sempre, praticar preços mais baixo do mercado, na adjudicação de obras em alguns município, devido a responsabilidade social da empresa.