Uma nova unidade de produção vai ser aberta, nos próximos tempos, pela Fabrimetal, no Pólo Industrial de Viana, em Luanda, para o reaproveitamento da “escória”, um sub-produto da refinação do aço, que pode ser utilizado também no sector da construção, informou, recentemente, o director comercial da empresa siderúrgica.
Adriano Capewando, que falava na cerimónia de entrega de certificado de adesão e da licença para a inclusão do selo "Feito em Angola” nos produtos nacionais, disse que o reaproveitamento da "escória” é mais uma forma de rentabilização do negócio siderúrgico, podendo o produto reciclado ser usado, por exemplo, como agregado siderúrgico inerte para a construção.
O director comercial da Fabrimetal acentuou que, para o arranque da nova unidade de produção, já começou a ser feito "um processo de organização, separação e tratamento da "escória” para que, nos próximos tempos, o novo produto seja colocado no mercado”.
De acordo com o responsável, o novo produto vai ser consumido, numa primeira fase, apenas a nível nacional, e pode ser aproveitado, a título de exemplo, na construção de estradas, no nivelamento de terrenos e na fabricação de catalisadores e lastros ferroviários. Um outro passo, que já está em vias de conclusão, tem a ver com os estudos geológicos que estão a ser desenvolvidos no terreno onde vai ser montada a nova unidade de produção da Fabrimetal, adiantou Adriano Capewando.
Referiu que a entrega da licença, pelo Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), para a colocação do selo "Feito em Angola”, nos produtos da Fabrimetal constitui uma oportunidade para que seja mostrada, a nível nacional e internacional, a capacidade de Angola na produção do aço.
A Fabrimetal, uma empresa de direito angolano que entrou em actividade em 2006, tem, actualmente, uma capacidade de produção mensal de 14 mil toneladas de aço e exporta seis mil para a República De-mocrática do Congo, Mali, Ruanda, Burkina Faso, Gana, Senegal, Zâmbia e Namíbia, entre outros países.
Uma das grandes dificuldades apontadas pelo director comercial da Fabrimetal está no escoamento dos produtos na África do norte e austral, por via marítima e terrestre.
O responsável pela área comercial revelou que, quando o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) voltar a operar para a República Democrática do Congo e para a Zâmbia, a Fabrimetal vai dinamizar o escoamento dos seus produtos para outras regiões. A Fabrimetal produz varões FM TMT (tratamento termo-mecânico) e produtos complementares, como varões de aço em laminação, barras de aço, perfis e cantoneiras.
Serviço Feito em Angola
A Fabrimetal é a segunda em-presa angolana a receber a licença do "Serviço Feito em Angola” (SFA), depois da fábrica "Rei dos Doces".
Sobre o assunto, Bráulio Augusto, administrador executivo do INAPEM, afirmou, na cerimónia de entrega do certificado de adesão e da licença do "Serviço Feito em Angola”, que foi dado mais um passo importante para a consolidação do processo.
Acentuou que o INAPEM está a reforçar a mensagem, junto da classe empresarial, sobre a necessidade de adesão ao "Serviço Feito em Angola”, pelos benefícios já conhecidos.
"Queremos dar visibilidade ao que é produzido em Angola e valorizar através de um maior consumo desses produtos”, acentuou o administrador executivo do INAPEM. A Fabrimetal tem, agora, quatro produtos, do seu lote de produção nacional, habilitados a usar o selo "Feito em Angola”.