O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) aprovou, de Janeiro a Novembro, um total de 1.807 projectos, dos quais 1.093 foram financiados com um desembolso de 45 mil milhões de kwanzas.

A informação foi avançada pelo secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos, quando procedia, esta terça-feira, em Luanda, a apresentação de mais um "briefing” semanal, de balanço às actividades do Programa de Apoio ao Crédito Reestruturado de 2022.

Ivan Marques dos Santos realçou ainda que, actualmente, aguardam pelos respectivos desembolsos um total de 714 projectos e no que toca ao global de projectos aprovados, dentro da carteira do BDA, registou-se um aumento de 49 processos em relação à primeira semana de Novembro.

Quanto à aprovação de projectos, o secretário de Estado para a Economia, Ivan Marques dos Santos, assegurou que a nível nacional se pode afirmar que terem sido aprovados, no global, 1.807 projectos aprovados, com a província de Luanda na liderança pelas 445 aprovações. Os 1.807 projectos aprovados, até à presente data, correspondem a um valor global de mais de 71 mil milhões de kwanzas.

Em relação ao número de projectos por sectores de actividade, Ivan dos Santos destacou que a agricultura lidera com um total de 413 projectos, seguida do Comércio e Distribuição com 268. Seguem-se a Pecuária (146), Indústria Transformadora (106) e Pescas (82).

Sobre a aprovação de projectos, o secretário de Estado fez lembrar que o PAC-reestruturado tinha como meta inicial a aprovação de mil projectos. Entretanto, em função da procura de financiamento, já foram aprovados mais 807 dossiers de crédito, o que por si só revela a necessidade de mais linhas de apoio financeiro para produção interna.

Desembolso

O total de aprovação de projectos, segundo explicou Ivan Marques dos Santos, perfaz 71,9 mil milhões de kwanzas, montante acima do que foi aprovado inicialmente, que são os 41 mil milhões de kwanzas e, por sua vez, mais os 20 mil milhões adicionais que foram aprovados para o reforço do programa.

Do que foi aprovado, Luanda continua a ser a província com mais projectos em aprovação em termos numéricos, beneficiando de uma fatia de 13 mil milhões, seguida por Benguela com quatro mil milhões. A província com menos desembolsos é a Lunda-Sul, com montante em projectos aprovados de 600 milhões de kwanzas.

Os projectos financiados têm um período de carência de 15 meses. Neste processo, Ivan Marques dos Santos sublinhou que os primeiros reembolsos terão início em Agosto do próximo ano.

"A partir do próximo ano, o BDA vai proceder a visitas de acompanhamento dos projectos financiados", garantiu o secretário de Estado para a Economia.

Perspectivas para 2023

Para os processos do Programa de Apoio ao Crédito (PAC 2023) perspectiva-se um valor de 100 mil milhões de kwanzas.

Segundo avançou Ivan Marques dos Santos, em função da limitação de recursos do Orçamento Geral do Estado (OGE), inicialmente está garantido um valor estimado em 60 mil milhões de kwanzas, que vai por si só atender o Gabinete de Projectos (GAP) já existente no PAC 2022.

Esclareceu que já existe no GAP um montante de 10 mil milhões de kwanzas, que precisa de ser transferido para o PAC 2023.

"A nossa ambição é chegar aos 100 mil milhões de kwanzas. Temos uma intenção de aumentar ainda mais a disponibilização destes recursos", frisou. Esclareceu que, a diferença existente entre o valor de projectos aprovados que é o 71,9 mil milhões de kwanzas e o valor disponibilizado, de 71 mil milhões, será transferido para o PAC 2023. Ainda para o período 2023, Ivan Marques dos Santos garantiu que o Executivo pretende alargar a base de actuação do PAC, mais virado no grande potencial de cada província, na juventude e igualdade de género no sentido de garantir a dinamização do sector económico

. "Pensamos trazer um PAC 2023 com uma vertente mais ligada para a igualdade de género, priorizar as mulheres, criar produtos específicos, uma vez que temos um número elevado de desemprego, indicou Ivan Marques dos Santos, que destacou optar-se por um PAC mais descentralizado, a fim de reduzir as assimetrias existentes em relação às outras províncias do país.

Por um lado, admitiu, é notória ainda uma grande concentração de projectos aprovados e desembolsados para a província de Luanda, daí que o Executivo esteja a trabalhar no sentido de descentralizar e diminuir as assimetrias existentes, com destaque para uma maior atenção aos projectos- chave das áreas de comércio e serviços.