Ao contrário da semana passada, depois da celebração do Natal, nota-se uma assiduidade normal. Os trabalhadores marcaram presença nos locais de serviço, a tempo e hora. Cedo, pela manhã, era comum ver as habituais movimentações nas paragens de táxi e autocarros de Luanda.
Numa ronda efectuada a alguns pontos da capital, o Jornal de Angola constatou que muitos estavam preocupados em chegar cedo no primeiro dia de trabalho do novo ano. Era o caso de Ângela dos Santos, moradora do Golf II, para quem a pontualidade deve ser essencial. "Em especial neste dia. É também uma forma de evitar qualquer tipo de pensamento, da parte dos colegas ou do patrão, caso não compareçamos no local de serviço”, ajuizou.
Ângela dos Santos considera as faltas no local de serviço em dias como o de ontem sem justificação. "O empregador pode pensar que o funcionário não veio por algum excesso cometido no dia anterior. É uma ideia que deve ser evitada a todo o custo”, disse.
Funcionária pública há 20 anos, Ângela dos Santos adiantou que, geralmente, logo após as celebrações do ano novo, tem ido trabalhar. "Por ser o primeiro dia de trabalho do novo ano, estou sempre bem-disposta a cumprir com os deveres laborais”, explicou, acrescentando que em relação ao novo ano espera por mais paz e harmonia.
Para o funcionário público Miguel José, trabalhar no primeiro dia do ano é um acto de cidadania, "um sinal de responsabilidade”. A assiduidade nos locais de serviço, destacou, já tem sido, há anos, uma realidade, mesmo nesta época após as festas.
O professor assistente Hermenegildo Castro, que acordou cedo para ir trabalhar, considerou o primeiro dia de trabalho gratificante e uma forma de trabalhar mais para o desenvolvimento do país. "É realmente cansativo, depois de um dia festivo ir trabalhar, mas é sempre um prazer fazer mais pela Pátria”, ressaltou.
Trânsito fluído
A capital do país registou, ontem, um dia calmo, quanto à circulação rodoviária. Nem mesmo a assiduidade dos trabalhadores causou congestionamento ao trânsito automóvel nas primeiras horas do dia. A realidade era visível em quase todas as avenidas e bairros da periferia da cidade.
Na zona urbana de Luanda, o movimento foi diferente do habitual. As agitações de pessoas, típicas das segundas-feiras, ontem não aconteceram. Os taxistas operavam. Até as vendedoras ambulantes e as cambistas de rua (kinguilas) também marcaram presença nos locais habituais. Tudo estava calmo.
Os estabelecimentos bancários, supermercados e pequenas superfícies comerciais estavam abertas para o atendimento ao público. Porém, a procura não era tão acentuada. Em algumas instituições públicas notava-se um nível reduzido de absentismo, como as Lojas de Identificação e conservatórias do Registo Civil.
Porém, em zonas como a cidade do Kilamba, Zango 0, Golf 2, Benfica, Multiperfil, Congoleses, São Paulo e Mutamba notava-se uma certa agitação nas paragens de táxis.
Ilha tranquila
Nesta segunda-feira o acesso à Ilha de Luanda estava fácil. Apesar do trânsito fluído, a zona registou pouca presença de banhistas.
Na calçada da avenida Murtala Mohammed viam-se muitos praticantes de exercícios físicos, enquanto nos restaurantes e barracas, o movimento era calmo. Ali, os efectivos da Polícia Nacional, apesar da acalmia, faziam o seu trabalho.
Longe da Ilha, quer na Baixa da cidade, quer na zona suburbana, as operadoras de saneamento e limpeza de Luanda marcaram, também, presença pelas ruas.