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INFLAÇÃO REDUZIU PARA 13,8 POR CENTO NO MÊS DE DEZEMBRO

  16 Jan 2023

INFLAÇÃO REDUZIU PARA 13,8 POR CENTO NO MÊS DE DEZEMBRO

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o valor homólogo é ainda assim dos mais baixos, comparativamente aos últimos sete anos.

Embora acima dos 12,87 por cento de Novembro e mesmo das taxas apuradas em Agosto (10,21 por cento), Setembro (11,09) e Outubro (11,95), a oscilação observada no final do ano era expectável devido a pressão do consumo da época.

O documento do INE confirma, deste modo, as expectativas de vários analistas, confirmando uma descida acentuada dos preços dos bens essenciais no mercado angolano, facto que nos anos anteriores era encarado como "uma autêntica dor de cabeça”.

Comparação de preços

A taxa de inflação, medida pelos preços no consumidor, caiu para 13,86 por cento, em Dezembro de 2022, recuperando cerca de 14 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2021, quando o indicador se havia fixado em 27,03 por cento.

Por exemplo, a título de referência, em Dezembro de 2021, na sua edição do dia 3, o Jornal de Economia & Finanças, na secção "Preços” divulgou um quadro do levantamento feito junto de alguns mercados e supermercados de Luanda.

Naquela altura, em mercados oficiais, também chamadas de praças, pelo quilograma de feijão cobrava-se o valor mínimo de 940 kwanzas e um máximo de até 1.300 kwanzas no Asa Branca e São Paulo, respectivamente. Esta semana, nos mesmos locais, e o mesmo produto, em igual quantidade (um quilo) custa entre 650 e 950 kwanzas.

Nos mercados do Asa Branca e São Paulo, o quilo de feijão está a ser vendido por 750 e 950 kwanzas. A redução observada, só no preço do quilo de feijão, é de mais de 36 por cento.

Este comportamento é quase que generalizado, manifestando uma recuperação, paulatina, do poder de compra. Associam-se a estes factores uma recuperação (apreciação) do Kwanza, numa banda variável de 10 a 20 por cento. O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou expectativas de que, este ano, a inflação poderá baixar para os níveis dos 11 por cento.

Variação mensal

O Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) registou uma variação de 0,87 por cento de Novembro a Dezembro de 2022.

Comparando as variações mensais (Novembro a Dezembro de 2022) regista-se uma aceleração de 0,05 pontos percentuais, ao passo que, em termos homólogos (Dezembro 2021 a Dezembro 2022), regista-se uma desaceleração na variação actual de 1,23 pontos percentuais.

As províncias que registaram menor variação nos preços foram Moxico com 0,68 por cento, Bengo com 0,72 por cento e Cabinda com 0,74 por cento.As províncias que registaram maior variação nos preços foram Zaire com 1,09 por cento, Namibe com 1,04 por cento e Cunene com 0,99 por cento.

A classe "Vestuário e Calçado” foi a que registou o maior aumento de preços, com uma variação de 1,98 por cento. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes "Saúde”com 1,85 por cento, "Bens e Serviços Diversos” com 1,46 por cento e "Lazer, Recreação e Cultura” com 1,08 por cento.

Variação homóloga

A variação homóloga situa-se em 13,86 por cento, registando um decréscimo de 13,17 pontos percentuais em relação a observada em igual período do ano anterior (Dezembro de 2021). Comparando a variação homóloga actual com a registada no mês anterior verifica-se uma desaceleração de 1,38 pontos percentuais.

Em termos de classes de despesas, a de "Alimentação e bebidas não alcoólicas” foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços com 0,48 pontos percentuais durante o mês de Dezembro, seguida das classes "Bens e Serviços Diversos” com 0,10 pontos percentuais, "Vestuário e Calçado” e "Saúde” com 0,07 pontos percentuais cada. As restantes classes tiveram contribuições inferiores a 0,07 pontos percentuais.

Preços em Luanda variam 0,90 por cento

O nível geral do Índice de Preços no Consumidor da província de Luanda registou uma variação de 0,90 por cento de Novembro a Dezembro de 2022. Comparando as variações mensais (Novembro a Dezembro 2022) regista-se uma aceleração de 0,07 pontos percentuais ao passo que, em termos homólogos (Dezembro 2021 a Dezembro 2022), regista-se uma desaceleração na taxa de variação actual de 1,30 pontos percentuais. A classe "Bebidas Alcoólicas e Tabaco” foi a que registou o maior aumento de preços com 2,71 por cento. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes "Vestuário e Calçado” com 2,66 por cento, "Saúde” com 2,36 por cento e "Bens e serviços diversos” com 1,93 por cento.

A variação homóloga situa-se em 13,14 por cento, registando um decréscimo de 17,29 pontos percentuais em relação a observada em igual período do ano anterior. Comparando a variação homóloga actual (Dezembro de 2022) com a registada no mês anterior (Novembro de 2022) verifica-se uma desaceleração de 1,46 pontos percentuais. No gráfico abaixo apresenta-se a tendência da variação homóloga de Dezembro de 2018 a Dezembro de 2022. A classe "Alimentação e bebidas não alcoólicas” foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços em Luanda com 0,48 pontos percentuais (p.p.), seguida de "Bens e serviços diversos” com 0,14 pontos percentuais (p.p.), "Vestuário e Calçado” com 0,08 pontos percentuais (p.p.) e "Saúde” com 0,07 pontos percentuais (p.p.) As restantes classes tiveram contribuições inferiores a 0,07 pontos.

Classes de bens

O Instituto Nacional de Estatística (INE) coloca à disposição dos utilizadores a Folha de Informação Rápida (FIR) do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), com a nova estrutura de ponderação.

As despesas em bens e serviços que constituíram a base para construir os ponderadores e o cabaz de produtos do IPCN foram extraídas dos resultados do Inquérito sobre Despesas e Receitas (IDR) realizado pelo INE de Fevereiro de 2018 a Março de 2019, cobrindo as áreas urbanas e rurais do país, num total de 12.448 agregados familiares.

O período de referência das despesas dos agregados familiares foi, nomeadamente: dia, semana, mês, trimestre e ano. Estes, por sua vez, foram convertidos em mensais e deflacionados com a série do IPCN de 2008/2009.

Os produtos com unidade de medidas não convencionais, exemplo, pedaços de carne, peixe e legumes, embalagens de óleo alimentar, sal, açúcar, etc. foram recolhidos e pesados para calibragem das unidades e conversão em unidades convencionais. Para o trabalho de agregação das despesas, o processo foi realizado em cada estrutura provincial, para conservar as bases individuais de cálculo e, na última etapa, fez-se o compilado para o Nacional.

A actual estrutura tem a base de ponderação o mês de Dezembro de 2020 (Dezembro=100). A chave de ligação da série nova com a anterior é o IPC do mês de Dezembro de 2019 na base antiga (Dezembro de 2010), servindo de corte para a nova série que iniciou em Janeiro de 2021. Para o recálculo da série, os valores dos índices anteriores de cada mês foram divididos pelo Índice do mês de Dezembro de 2020, sendo este a base. Com isto, todas as taxas de variação são conservadas ao longo de toda série desde 1991, à presente data da actualização dos ponderadores (Dezembro de 2020). 

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