Angola pretende colher e trocar, com os países emergentes, experiências em matéria de transição energética, mobilidade populacional e sobre o impacto das mudanças climáticas, com vista a alcançar o desenvolvimento sustentável, manifestou, ontem, na cidade do Dubai, Emirados Árabes Unidos, a ministra de Estado para a Área Social.
Em declarações à imprensa, após a abertura da Cimeira Mundial de Governos 2023, que termina amanhã, e que reúne 20 Chefes de Estado, mais de 250 ministros, 80 organizações internacionais, regionais e governamentais, Dalva Ringote disse que a presença e a participação da delegação angolana no evento vai contribuir para dar maior dinamismo nos vários projectos socioeconómicos levados a cabo pelo Executivo.
De acordo com a ministra de Estado, a Cimeira Mundial de Governos 2023 é uma oportunidade, pelo facto de haver semelhanças quer nos problemas que enfrentam como nas metas a atingir.
Quando olhamos para Angola é possível verificar que existem problemas comuns entre os países emergentes, sobretudo, em relação às políticas sobre a transição energética, mobilidade populacional, entre outros assuntos inerentes às sociedades”, destacou.
Relativamente aos programas de mitigação dos impactos das alterações climáticas, principalmente no Sul do país, a ministra de Estado disse que o projecto do Cafu, entre outros, demonstra que o Executivo está empenhado na resolução dos problemas que afectam, principalmente, as comunidades rurais, as mais vulneráveis perante este fenómeno.
Com o funcionamento do projecto Cafu, o Executivo pretende, além de garantir o bem-estar nas populações, trabalhar para que se transforme numa zona económica para, no futuro, a juventude deixar de abandonar a região por falta de condições. Dalva Ringote referiu-se, também, às metas preconizadas pelo Presidente da República, João Lourenço, até 2025, em que se pretende alcançar 75 por cento de energia limpa.
As várias projecções que o país tem, frisou a ministra de Estado, requerem uma combinação de políticas, planos concretos, visões e um monitoramento sistematizado, em que estejam integrados sectores de modo a alcançar os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável.
No que toca à emancipação de género, Dalva Ringote referiu que Angola deu um passo muito importante. Reiterou que nos vários níveis do Executivo as mulheres tomaram posições e que pela primeira vez o Orçamento Geral do Estado-2023 está contemplado para o empoderamento feminino.
Apontou que, quando se fala da mitigação dos impactos das alterações climáticas, é simultaneamente fazer referência à mulher e à valorização do papel que exerce no meio rural na concretização de uma sociedade estável e próspera.
O embaixador de Angola nos Emirados Árabes Unidos realçou a participação da delegação angolana na Cimeira Mundial de Governos 2023, destacando que o país em três dias de debate sairá a ganhar com as experiências de outros governantes.
Albino Malungo disse que o projecto "Dubai 2040 Melhor cidade para se viver" e não só no domínio urbanístico, em geral, pode servir de um exemplo para dentro do contexto nacional conceber programas, cuja finalidade será o bem-estar das populações.
O evento decorre sob o lema "Moldando futuros governos”, onde até amanhã ficam reunidos 20 Chefes de Estado, mais de 250 ministros, 80 organizações internacionais, regionais e governamentais, além de 10 mil participantes, entre funcionários governamentais, especialistas internacionais e líderes empresariais do sector privado.
Até ao dia do encerramento, realizar-se-ão várias reuniões ministeriais de alto nível, tendo previsto a assinatura de cerca de 80 acordos bilaterais, que vão permitir a troca de experiência e a consolidação da cooperação entre Governos.
O programa da Cimeira inclui mais de 22 fóruns internacionais, com 220 sessões e participação de 300 especialistas internacionais e titulares de cargo de decisão, com o objectivo de partilhar visões, discutir ideias e estratégias globais para o futuro ligadas ao trabalho, à educação, clima, tecnologia, mulheres no governo, indústria, entre outras temáticas.
Além dos fóruns, realizados em parceria com organizações regionais e internacionais, serão atribuídos sete prémios a ministros, representantes do sector privado, inovadores e criadores, pelas suas contribuições excepcionais para a construção de uma sociedade melhor para a humanidade.
A Cimeira Mundial de Governos tornou-se uma plataforma para a criação e implementação de inovações, como o Museu do Futuro, cuja ideia surgiu na edição de 2014.