O secretário do Presidente da República para Área Produtiva, Isaac dos Anjos, esteve quinta-feira nos municípios de Ombadja e Cuvelai, província do Cunene, a avaliar os níveis de produção alimentar das fazendas “Chivemba”, “Vanjul” e “FA Lumbamba”, e inteirar-se das principais dificuldades dos produtores que se encontram no corredor da Kalonga, ao longo do rio Cunene.
Acompanhado dos secretários de Estado da Agricultura, Obras Públicas e Energia e Águas, Isaac dos Anjos disse que a visita permitiu ter uma ideia dos empreendimentos que, na província, estão no activo no domínio da agricultura e da indústria, de modo a incentivar o aumento da produção nacional.
Garantiu que os produtores do Cunene vão ter financiamento do Executivo para dinamizarem a actividade agrícola, no âmbito do Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos (PLANAGRÃO), que o Governo pretende implementar.
Isaac dos Anjos acrescentou que a visão do Executivo é alargar as áreas de produção agrícola e levar a questão da agricultura comercial nas regiões menos tradicionais e com mais disponibilidades de terrenos aráveis como se vê no Cunene, com vista à produção em grande escala.
"Acreditamos ser mais fácil fazer grandes extensões comerciais nessas zonas, como nas províncias do Cuando Cubango, Moxico, Lunda-Sul e Lunda-Norte”, afirmou, admitindo que já existem produtores que podem dar início ao Planagrão de imediato, no caso concreto do Cunene, Huíla, Cuanza-Sul, Uíge e Malanje, onde existem fazendas a funcionar e a produzir cereais em grande escala.
O secretário do Presidente da República para Área Produtiva considerou que o investimento feito na região do Cunene no sector da agricultura empresarial, principalmente, é de grande monta e que, por isso, se vale passar em revista para deles tirar ilações e traçar estratégias de integração destas empresas neste grande projecto de produção de grãos em Angola.
O também engenheiro agrónomo realçou que se pretende com o Planagrão estudar as melhores vias para ajudar os empresários a tornar viáveis estes empreendimentos.
"O país é de Cabinda ao Cunene viável, o que urge a juventude apostar no empreendedorismo, isso ajuda a evitar que estejamos a depender sempre da mão-de-obra estrangeira para explorar o potencial do país”, defendeu.
Isaac dos Anjos disse que no início do mandato do Presidente da República, João Lourenço, foi colocada à disposição dos empresários mil milhão de dólares, mas não houve adesão dos produtores, devido às exigências do banco, que eram altas.
"Agora vamos ver se com uniformizar consigamos ampliar a fronteira agrícola e acreditamos que seja mais fácil fazer grandes extensões comerciais. Haverá uma estratégia diferente para ajudar o sector da agricultura familiar e empresarial”, reforçou Isaac dos Anjos.
O secretário do Presidente da República para Área Produtiva lembrou que a província do Cunene conta com fazendas viradas à produção de milho e de outras culturas, ao longo do rio Cunene, que precisam apenas de financiamento de campanha, para dinamizarem a produção em quantidades mais altas.
Isaac dos Anjos visitou ainda o Canal do Cafu, tendo destacado a relevância do projecto na vida da população que reside ao longo do Canal, para o gado, assim como para agricultura que, em breve, vai conhecer o segundo grande processo de loteamento dos terrenos, para permitir que se faça agricultura de forma mais organizada, envolvendo jovens formados em agronomia.