Depois da celebração do Natal, a cidade de Luanda despertou nesta terça-feira cedo e sem a habitual movimentação frenética. Até às 10h00, os automobilistas que saíam dos municípios de Viana, Cacuaco, Belas e Cazenga, assim como nas centralidades do Kilamba, Zango Zero e Sequele não tiveram “constrangimentos no transito”.
No centro da cidade e em algumas áreas suburbanas, os agentes de trânsito da Polícia Nacional fizeram a fiscalização regular, com a inclusão de abordagens pedagógicas aos automobilistas, motociclistas e aos peões. Apesar de ser o dia seguinte ao de Natal, os táxis colectivos circularam com normalidade. O taxista Ngombo Paxi disse que devido ao fluxo reduzido de pessoas em direcção à zona baixa da cidade, transportou poucos passageiros nesta rota.
Na periferia da cidade, o movimento de mototaxistas também era menor. A maioria dos passageiros eram donas de casa que se dirigiam aos mercados, armazéns e supermercados em busca de algum produto esgotado na dispensa durante a festa natalícia.
Absentismo
As paragens em alguns pontos de Luanda estavam quase sem passageiros, um facto incomum numa terça-feira, em dias normais de trabalho.
As instituições prestadoras de serviços públicos funcionaram, apesar do absentismo de muitos trabalhadores. Nas conservatórias do Registo Civil dos municípios do Cazenga, Viana, distrito urbano da Samba e Kilamba, o absentismo foi visível.
Os supermercados e pequenas superfícies comerciais estavam abertas para o atendimento ao público. Porém, registaram um número reduzido de clientes.
Os estabelecimentos bancários e os multicaixas continuarem a manter o número alto de clientes. No ramo dos negócios, as casas de venda de roupas, brinquedos, mobílias, livrarias e restaurantes estavam quase sem clientes.
Nos municípios do Cazenga e Viana, assim como nos distritos urbanos do Golfe, Palanca e Benfica, as vendas nas grandes superfícies comerciais também pouca adesão de clientes. Mesmo no serviço do táxi, alguns motoristas tiraram o dia de folga. Nas ruas da cidade, a paragem da Mutamba estava sem muitos clientes. Um ou outro taxista fazia a rota para o Aeroporto, Ilha, Porto de Luanda, mas com poucos clientes.
Na zona urbana, adiantou, registou-se algum movimento de táxis personalizados e particulares por estrangeiros, ansiosos para irem à Ilha de Luanda. O estacionamento na zona da Baixa da cidade esteve mais facilitado.
Caldo sem peixe grosso
O fraco movimento foi registado, igualmente, na praia da Mabunda, no distrito urbano da Samba, bem como nos mercados de São Paulo (Sambizanga), Asa Branca, das Mulheres, no Cazenga, dos Congolenses, no Rangel, e na Ilha de Luanda. Nos seis locais, era fraca a oferta de hortícolas e peixe para a feitura de caldo. Só ao fim da manhã, registou-se a chegada de algumas chatas, na Ilha e na praia da Mabunda de alguns pescadores mais dedicados. Os "teimosos”, como foram tratados pelos colegas, fizeram a alegria das poucas peixeiras presentes, que acabaram por tirar proveito da escassez para inflacionar os preços do produto.
Joana Felipe tinha planeado para o almoço caldo de peixe grosso. "O meu marido é oficial militar reformado do exército e precisava de um reforço, depois do exagero no fim-de-semana”, disse, além de lamentar o facto de ter sido "forçada” a levar para casa apenas cinco peixes carapau médios, que lhe custaram 2.500 kwanzas.
Ilha tranquila
O acesso à Ilha do Cabo foi mais fácil ontem, em relação aos dias anteriores. Apesar do trânsito fluído, a zona registou pouca presença de banhistas. Na calçada da Murtala Mohammed, viam-se muitos praticantes de exercícios físicos, enquanto, nos restaurantes e nas barracas, o movimento era calmo. Os efectivos da Polícia Nacional, apesar da acalmia, fizeram o seu trabalho.