O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), Altino dos Santos, defendeu,neste domingo, na vila da Cahama, província do Cunene, a necessidade contínua de equipar e modernizar a Força Aérea Nacional (FAN) para a defesa da soberania e da integridade territorial.
Discursando no acto central do 48º aniversário da FAN, que decorreu sob o lema "rejuvenescer com esperança no futuro", Altino do Santos disse que, neste momento, as acções para a modernização e reequipamento são vitais para enfrentar os desafios decorrentes de um plano estratégico actual caracterizado por incertezas.
O general de Aviação afirmou que o reequipamento em curso tem continuidade, apesar do contexto de contenção financeira requerer a definição de prioridades realistas.
De acordo com o chefe do Estado-Maior General das FAA (CEMG/FAA), a Força Aérea Nacional, na trajectória ao longo de 48 anos, conheceu várias fases de desenvolvimento em termos de recursos humanos qualificados, meios técnicos e aeronáuticos.
Altino dos Santos ressaltou que a FAN, desde a sua criação, revelou capacidade de servir, conseguindo, em pouco tempo, atingir altos padrões de operacionalidade, provados pelos notáveis feitos realizados ao longo dos anos de guerra a que os angolanos foram submetidos.
O CEMG/FAA destacou a eficiência deste ramo nas missões de combate, o sacrifício e a "enorme coragem dos jovens pilotos, técnicos e serviços das mais diferentes especialidades”.
"Este ramo das FAA soube superar, por mérito próprio, momentos críticos e, no capítulo organizativo, acompanhar a dinâmica dos tempos para enfrentar períodos turbulentos que marcaram a história do país", disse, sublinhando que se pretende alcançar uma FAN mais forte, moderna e devidamente equipada, com força treinada e capacitada, para melhor cumprir o papel na nobre missão de defesa da Pátria.
Aposta na juventude
O general de Aviação reiterou que a Força Aérea Nacional conta com os jovens, porque a estes cabe a responsabilidade de manter a continuidade e o asseguramento do futuro do país. "As gerações sucedem-se umas das outras e o legado tem de ser deixado para que os jovens - que devem saber receber o testemunho -, mantenham a mística e as tradições de luta deste importante ramo das FAA", disse.
Em Novembro de 2023, recordou, os distintos órgãos das FAA reformaram, por limite de idade, um número considerável de militares, desde oficiais generais, superiores, subalternos, sargentos e praças. Depois de mais de 40 anos, acrescentou, do serviço militar activo, os reformados saíram com o sentimento do dever cumprido.
Angola campeã da paz em África
, enquanto campeã da paz em África, disse, tem sabido desenvolver acções na busca de soluções pacíficas dos conflitos no continente, essencialmente nas organizações regionais, de que é parte, contribuindo para que a harmonia reine e o diálogo prevaleça entre os povos.
O ambiente geopolítico e geoestratégico, referiu, requer um estudo e acompanhamento permanente, pelo que a maioria dos conflitos emergentes tem causas socioeconómicas. Por isso, reforçou, as FAA devem continuar a missão na defesa militar do país, salvaguardando a integridade territorial, a soberania e a Independência Nacional, cerrando fileiras em torno do Comandante-em-Chefe.
Orientações
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas orientou as tropas para trabalharem com rigor e determinação. "A desestruturação das famílias, a quebra dos mais variados padrões sociais, aliadas às outras insuficiências que a sociedade sofre, preocupa as autoridades do país, já que são esses jovens que se incorporam nas FAA para garantir a defesa da Pátria".
Altino dos Santos agradeceu a população do Cunene, em especial ao povo do município de Cahama, pelo papel determinante desempenhado no apoio aos "bravos combatentes” das extintas FAPLA contra o exército racista da África do Sul, invasora na altura do território da Namíbia e agredia Angola pelo apoio à SWAPO e ao ANC.
A actividade começou com a deposição de uma coroa de flores ao túmulo do soldado desconhecido, pela governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, e pelo comandante da Força Aérea Nacional, general Virgínio da Cunha Pinto, e culminou com a exibição de um festival aéreo com aeronaves modernas.
Participaram no acto, o chefe do Estado-Maior General das FAA, governadores das províncias do Cunene, Gerdina Didalelwa, e Huíla, Nuno Mahapi, oficiais superiores, capitães e subalternos, sargentos, praças, trabalhadores civis e convidados.
MENSAGENS
Ministro quer mais engajamento nas acções organizativas
O ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria exortou, ontem, o Comando da Força Aérea Nacional, unidades, estabelecimentos e órgãos afins a redobrar o engajamento nas acções organizativas e funcionais, para que o investimento do Executivo seja reflectido no desempenho futuro deste ramo das FAA.
Na mensagem de felicitações por ocasião do 48º aniversário da Força Aérea Nacional, assinalado ontem, João Ernesto dos Santos "Liberdade” disse que a comemoração da efeméride ocorre numa altura em que a FAN está mais determinada no percurso da potenciação, com acções de impacto estruturante, consubstanciadas no aperfeiçoamento profissional dos efectivos.
Destacou a aposta virada na modernização dos meios técnicos para que o sector continue a garantir a defesa da Independência Nacional, soberania e integridade do território, através do espaço aéreo.
Aos generais, oficiais superiores, capitães, subalternos, praças e trabalhadores civis ao serviço da Força Aérea Nacional, o ministro desejou êxitos no cumprimento da difícil, mas nobre missão de servir a Pátria, com muita saúde, felicidade e prosperidade extensiva às famílias.
Bravura e heroísmo
O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, destacou, por sua vez, a bravura e o heroísmo dos efectivos da Força Aérea Nacional (FAN) na defesa das conquistas alcançadas pela Independência do país, em particular, nos momentos de violação do espaço aéreo nacional.
Em mensagem de felicitações, por ocasião do 48º aniversário da FAN, assinalado ontem, Eugénio Laborinho disse estar certo de que este ramo das Forças Armadas Angolanas continuará na vanguarda da capacitação e modernização dos recursos e meios militares.
Segundo o ministro do Interior, é destacável o papel desempenhado pela Força Aérea Nacional na defesa das conquistas alcançadas pela Independência do país, particularmente nos momentos de violação do espaço aéreo do solo pátrio, "em que a bravura e heroísmo dos combatentes foram de um contributo inestimável”.
Em nome pessoal e do efectivo do Ministério do Interior, Eugénio Laborinho felicitou todos os praças, sargentos, oficiais subalternos, oficiais superiores, oficiais generais e trabalhadores civis da Força Aérea Nacional pela celebração do 48º aniversário, sublinhando "o empenho, dedicação e prontidão demonstrados no cumprimento de tão honrosa missão”.
Breve histórico
A Força Aérea Nacional (FAN) é o ramo aéreo das Forças Armadas Angolanas (FAA), criado a 21 de Janeiro de 1976, como Força Aérea Popular de Angola/Defesa Aérea e Antiaérea (FAPA/DAA), das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), com a finalidade de defender os principais pontos estratégicos do país dos ataques desencadeados pela aviação sul-africana, na tentativa de suprimir, pela rectaguarda, as forças da SWAPO (Namíbia) e do Congresso Nacional Africano (ANC) então instaladas no território angolano. Teve como núcleo inicial algumas aeronaves e infra-estruturas da antiga Segunda Região Aérea (Angola e São Tomé e Príncipe) da Força Aérea Portuguesa, deixadas em Angola depois da Independência, alcançada a 11 de Novembro de 1975.