O coordenador da Comissão de Reestruturação do Entreposto Aduaneiro, Eduardo Machado, disse que o país vai acumular, até Fevereiro, as 364 mil toneladas dos 11 bens alimentares que constituem a Reserva Estratégica Alimentar (REA).
Com isso, o país vai garantir o pleno equilíbrio entre a oferta e a procura bem como travar a subida dos preços dos respectivos bens. De acordo com o responsável, o objectivo é chegar-se numa fase mais adiantada às 500 mil toneladas, como forma de prevenir o país de quaisquer alterações significativas, enquanto, internamente, prosseguem os projectos de incentivo à produção nacional.
Um exemplo avançado por Eduardo Machado é o de a China ter comprado já 50 por cento da produção de alimentos deste ano para reforçar a sua reserva. Por outro lado, países como Tailândia e Índia estão a produzir menos, por exemplo o arroz, e com maior pressão interna (consumo) e externa (venda para exportações). E isso acontece porque o crescimento populacional está mais rápido que o da produção de alimentos.
Ainda em relação ao arroz, disse Eduardo Machado, as estimativas apontam para uma média de importação de um quilograma por pessoa, mas que o país não tem essa quantidade no consumidor final. Logo, a pressão da procura gera aumento do preço da oferta. A resposta, prossegue, para esses casos tem de ser o da importação para compensar-se uma eventual escassez e mais porque Angola funciona como um tampão para a República Democrática do Congo (RDC). Ou seja, o país no que compra também abastece o país vizinho. É a reexportação.
"O fenómeno na nossa economia regional é que nós somos uma espécie de tampão para o abastecimento na RDC e quando equacionamos a demanda naquele país que é de uma população de cerca de 70 milhões, o dobro da nossa, aí faz todo o sentido exportarmos esses produtos, porque há um escoamento natural do produto importado no nosso território nacional, pois no país vizinho a oferta é muito inferior do que a procura. Como operador, importamos para o mercado angolano, mas também para abastecer o mercado da RDC”, afirmou.