A siderúrgica Fabrimetal, líder na produção de artefactos de aço, pretende instalar uma nova fábrica na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo dedicada à exportação.
A intenção foi manifestada, esta terça-feira, pelo presidente da siderúrgica, Noorali Manji, no final de uma visita que efectuou à ZEE, que serviu para verificar as condições daquele espaço criado para implementação de projectos industriais. Noorali Manji afirmou que o novo investimento vai estar vocacionado na exportação de produtos acabados, feitos com barras, perfis, cantoneiras e varões de aço.
Segundo o investidor indiano "o grupo tem grande interesse e intenções de investimento em Angola”, motivo pelo qual tem visitado constantemente a sua primeira fábrica, instalada no Pólo de Desenvolvimento Industrial de Viana (PDIV), constituída em 2006.
"Venho de dois em dois anos a Angola, tendo em conta o nosso investimento no sector do aço”, disse, acrescentando que reconhece avanços no ambiente de negócios em Angola. Apontou, como exemplo, o tratamento que se dá aos investidores no processo de aquisição de vistos.
A Fabrimetal é um fabricante líder de varões TMT (tratamento termo-mecânico), varões de aço reforçado de elevada procura na construção civil, residencial, comercial e industrial. Integrando o Grupo Empresarial MMD Steel, proveniente da instalação de uma rede de fábricas de aço na África subsaariana, em Angola, República Democrática do Congo, Rwanda, Mali, Ghana, Burkina Faso e Senegal, a siderúrgica reúne as melhores condições para dar resposta à procura crescente de varões de aço.
Com a abertura da terceira linha de montagem, no ano passado, no PDIV, a siderúrgica passou a ter um custo global a rondar os 21 milhões de dólares, para garantir a produção de laminação a quente de barras, perfis, cantoneiras e varões de aço, num reinvestimento que passou a aportar uma capacidade instalada de 90 mil toneladas por ano.
O presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Gestão da ZEE disse que a visita ocorre na sequência de um encontro mantido na segunda-feira com a administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), na qual o investidor e presidente do grupo indiano manifestou intenções de investimentos futuros em Angola.
António Henriques da Silva frisou que a Fabrimetal está apostada não apenas na exportação de matéria-prima e na sua transformação local, mas de artefactos de aço acabados. Referiu que, ao concretizar-se o investimento, criam-se novos postos de emprego e se promove a arrecadação de divisas.
"Nós, enquanto presença regional privilegiada, devido o acesso aos portos e mar, podemos tirar o máximo proveito dessa vantagem e através da integração futura de corredores, como o do Lobito, em que poderão fluir para o nosso mercado matérias-primas vindas de países vizinhos, poderão, também, ser transformados no nosso país”, explicou.
António Henriques da Silva defendeu a necessidade de acções contínuas para convencer investidores, por formas a dinamizar as indústrias locais, para que se deixe de depender do petróleo.