Com custos operacionais de 30 milhões de kwanzas por mês, a Empresa Pública de Água e Saneamento (EPAS) do Cuanza-Sul obtém receitas de 20 milhões, o que resulta num défice estrutural caracterizado por saldos negativos, aos quais se soma uma elevada dívida acumulada por clientes, revelou o presidente do Conselho de Administração da companhia.
Januário Bernardo, que falava à imprensa, no Sumbe, a propósito do Dia Mundial da Água, assinalado a 22 de Março, afirmou que a tarifa de 168 kwanzas por metro cúbico cobrada na distribuição é inferior ao valor considerado óptimo, estimado em 300 kwanzas, com as decisões sobre esse problema a impenderem sobre os Órgãos Centrais do Estado.
"Existe uma discrepância, porque o valor de metro cúbico de água que produzimos é baixo, se comercializamos à tarifa de 168 kwanzas: na realidade, a tarifa óptima seria acima de 300 kwanzas, um problema que não é da empresa, mas sim do Estado”, disse.
O valor da dívida acumulada situa-se acima dos 190 milhões de kwanzas, anunciou a fonte, apontando entre os incumpridores instituições e serviços públicos como escolas, unidades hospitalares e policiais, Governo Provincial e Administrações Municipais, bem como consumidores particulares.
Quarenta processos correm trâmites nos tribunais, em que a empresa reclama pagamentos que podem ser empregues em programas com impacto nos municípios, alargando a rede de distribuição e a assistência técnica.
O responsável indicou que a capacidade de produção de água potável é de 13 950 metros cúbicos (uns 13 mil litros) por hora, um volume absorvido por 227 500 consumidores situados ao longo de 200 quilómetros e de 9 289 ligações domiciliares.
Segundo a fonte, a empresa cobre o Sumbe, onde se incluem novas ligações na centralidade de Quibaula, em vias de beneficiarem da primeira fase de um programa de produção e distribuição de água financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).