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RESERVA ALIMENTAR IMPACTA NO PREÇO DA FARINHA DE TRIGO

  19 Apr 2022

RESERVA ALIMENTAR IMPACTA NO PREÇO DA FARINHA DE TRIGO

Os preços dos principais produtos da cesta básica, em particular da farinha de trigo, continuam a baixar, como resultado da entrada em funcionamento da Reserva Estratégica Alimentar (REA), entre outros factores.

Nas últimas três semanas, o custo da farinha de trigo, em concreto, fixou-se entre os 11 mil e 22 mil kwanzas, nas embalagens de 25 e 50 quilogramas, respectivamente.

Recentemente, a Angop constatou que o preço do principal in sumo utilizado na produção de pão e bolos variou consoante a tipologia, o local e a quantidade dos sacos, particularmente nas grandes superfícies comerciais. A título de exemplo, o saco de trigo da marca Madrugada (50 quilogramas) custa 20.800 kwanzas, num dos armazéns do município do Cazenga, representando uma redução de 700 kwanzas em relação ao mês de Fevereiro, em que o produto custava 21.500 kwanzas.

Cinquenta quilogramas do trigo Gazela do Norte estão a custar 20.600 kwanzas, contra os 21.800 praticados em Fevereiro num dos armazéns localizados nos arredores do antigo mercado da Estalagem, no município de Viana.

Contrariamente a estes dois estabelecimentos comerciais referenciados, o preço do trigo regista tendência crescente nos armazéns do Mercado do Trinta, município de Viana, onde o saco de 50 quilogramas da marca Primeira está a custar 21.600 kwanzas, contra os 20.500 do mês de Março.

Segundo o assistente de um dos estabelecimentos comerciais daquele mercado, Filipe Kupungwa, o cliente que compra 100 ou mais sacos, por exemplo, beneficia de um desconto de 100 kwanzas por cada saco.

Sem revelar as reais motivações da subida do preço da farinha de trigo naquele espaço, explicou que, nos últimos dias, tem-se verificado escassez deste produto no mercado, facto que impossibilita os clientes de comprarem grandes quantidades.

Na referida área comercial, o saco de farinha de trigo de marca Stallion está a ser comercializado a 21 mil kwanzas. Nesse armazém, a farinha da tipologia "L'aigle du Nord” está a ser comercializada a 22 mil kwanzas, enquanto a Madrugada tem o preço de 21.500. Num outro armazém adjacente ao Mercado do Trinta, o trigo de marca Primeirá tem o custo de 21.100 kwanzas, contra os 22.100 em Fevereiro último.

Face à oscilação do preço do saco de farinha de trigo nos armazéns, o quilograma do cereal em mercados a céu aberto ronda, actualmente, 350 kwanzas, contra os 300 praticados nas últimas semanas.

Luzia António, revendedora há 12 anos no Mercado do Trinta, confirmou que até ao princípio de Março comprava o saco de trigo a 20 mil kwanzas e revendia o quilo a 300 kwanzas, mas, nos últimos dias, o preço alterou para 22 mil, o saco de cinquenta.

Florinda Cristóvão, que comercializa produtos diversos há 28 anos, no "Asa Branca”, diz que em Janeiro e Fevereiro o saco de trigo custava 20 mil kwanzas. Porém, o saco de 50 quilos é vendido a 19.300 kwanzas, a partir da fábrica Kikolo-Moagem (fonte primária), segundo a administradora executiva da mesma, Arieth Mendonça.

A responsável da unidade fabril revelou que "não houve alteração do preço da farinha de trigo, a partir da fábrica”.

Entretanto, a Reserva Estratégica Alimentar destaca que o preço da farinha de trigo (25 kg) baixou de 23.033 kwanzas para 11.400, comparativamente a Novembro de 2021, período em que não tinha sido criada a REA.

Essa realidade coincide com o preço praticado num dos supermercados da Avenida Rei Katyavala, município de Luanda, onde o saco de farinha de trigo, de 25 quilogramas, "Tio Lucas”, está a ser comercializado a 11.520 kwanzas, notando-se um adicional de 120.

A baixa do preço do trigo, em particular, surge três meses depois da entrada em funcionamento da Reserva Estratégica de Angola (REA), que tem o propósito de regular o mercado e influenciar a baixa de preços de produtos essenciais da cesta básica.

A REA é uma iniciativa do Executivo angolano, que numa primeira fase prevê adquirir, armazenar e distribuir aos comerciantes grossistas até 354 mil toneladas de bens alimentares, aumentando progressivamente para até 520 mil toneladas de produtos.

Além da importação, boa parte destes bens serão produzidos e transformados no país, prevendo-se um impacto na redução dos preços em até 5,00 por cento para o consumidor final.

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