A maior parte dos 200 milhões de abusos sexuais a adolescentes, registados, anualmente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorre no ambiente online, revelou, quinta-feira, o secretário de Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação.

Mário da Silva Oliveira, que falava na abertura do seminário sobre "Acesso e Segurança”, disse que, por causa disso, o Executivo tem estado a apelar, cada vez mais, para a necessidade do uso correcto e responsável da Internet.

O secretário de Estado disse ser importante que os jovens tenham capacidade de poder distinguir e interpretar o quão útil é a utilização da Internet na vida pessoal e profissional e abster-se da partilha de informações pessoais e de outra natureza que ponham em causa a dignidade humana.

Mário da Silva Oliveira recorreu a estatísticas da Internet Watch Foundation (IWF) de 2018, para revelar que houve um aumento de 32 por cento de sites com matérias sexuais inapropriados, envolvendo jovens, adolescentes e crianças, sendo que 39% dessas vítimas tinham menos de dez anos, 55% estavam com idades entre 11 e 13 anos, e outros 5% eram de 14 e 15 anos.

Realçou que muitas crianças, também, já sofreram bullying cibernéticos, situação que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) define como uso de mensagens electrónicas para assediar, ameaçar ou acatar outra pessoa.

O secretário de Estado ressaltou que, em alguns casos, fotos explícitas e boatos sobre a vida sexual de jovens acabam compartilhadas sem a permissão deles, acrescentando que muitas dessas situações acabam a vítima ao cometimento de suicídio.