Um total de 178 casos de cancro da mama foi diagnosticado, durante o primeiro semestre deste ano, pelo Instituto Angolano de Oncologia, informou, esta quinta-feira, a directora clínica da instituição.
Sales Cândido, que falava no quadro do Outubro Rosa, mês dedicado ao combate ao cancro, lamentou o facto de, no referido período em análise, o instituto ter registado 15 mortes.
Neste momento, disse a directora clínica, o cancro da mama continua a liderar as estatísticas dos vários tipos de câncer diagnosticados na unidade oncológica, com cerca de 50 porcento dos casos.
Sales Cândido frisou que, em 2019, o instituto registou 261 casos, sendo que três destes estavam relacionados a homens, enquanto no ano transacto, os números apontavam para 295 pacientes, com 50% das mulheres a chegarem já num estádio bastante avançado da doença.
"Nestes casos, o desfecho nem sempre é favorável. E, quando o é, o tratamento é muito mais demorado, porque, muitas vezes, o cancro já se ramificou para outras partes do corpo”, explicou a médica.
Por isso, avançou, antes da cirurgia, essas pacientes são submetidas a tratamentos com quimioterapia e radioterapia, para se reduzir o tamanho do nódulo, o que faz levar mais levar mais tempo no combate ao problema.
Questionada sobre a média de idade das pacientes com cancro da mama, a responsável salientou que começam a partir dos 20 anos, mas, maioritariamente, são pessoas com mais de 40 anos.
Sales Cândido, que é especialista em Oncologia Clínica, explicou que, em termos de consultas de rastreio do cancro da mama, houve uma redução de casos, desde 2019, devido às restrições impostas pela Covid-19. "Na verdade, passou-se a priorizar mais os pacientes determinados como oncológicos, para se evitar que os nódulos se ramifiquem rapidamente”.
Cerca de 50 pacientes por dia
A oncologista clínica revelou que, actualmente, as consultas de rastreios já recomeçaram, numa altura em que a média é de cerca de 50 mulheres por dia.
Explicou que, quando se nota algum caso suspeito, são exigidos exames necessários para o diagnóstico, entre os quais o de mamografia, raio X do tórax e biopsia, para se confirmar a extensão da lesão, e, algumas vezes, pede-se, também, uma tomografia.
Sales Cândido sublinhou que, em termos de diagnósticos, o Instituto de Oncologia está a funcionar a 90 por cento, porque apenas os exames de mamografia é que não estão a ser realizados, devido à avaria do aparelho.
Para colmatar essa lacuna, os pacientes que necessitam de fazer exames de mamografia são encaminhadas para o Hospital Américo Boavida ou a outras unidades de saúde.