O presidente da Academia Angolana de Letras, Paulo de Carvalho, sublinhou, esta sexta-feira, que "temos de assumir uma certa demissão do Estado na definição dos topónimos ao ponto de termos bairros com designação atribuída pelos cidadãos".
Paulo de Carvalho, que discursava na abertura do encontro sobre "Toponímia e identidade nacional" apontou, também, as ruas e avenidas sem designação e outras artérias ainda com designação colonial, 47 anos transcorridos desde a proclamação da independência política. "Isto para não referir já a ausência de numeração das habitações", realçou o presidente da Academia Angolana de Letras.
Na sua visão, a toponímia trata as relações do ser humano com o espaço e até com a terra, as migrações e elementos de aculturação presentes ao longo de séculos de trocas culturais, bem como elementos de poder, da literatura, das artes e da ciência.