A promoção do conteúdo local continuará a ser a grande aposta do país, por permitir racionalizar divisas e apoiar a estabilização da moeda com os processos de importação.
A afirmação é do ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, que no sábado visitou os pavilhões e expositores da Expo "Feito em Angola”, realizada de quarta-feira até neste sábado, na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda - Bengo.
Mário Caetano João disse que com o fomento da produção nacional, Angola gasta menos divisas, cria mais postos de trabalho e fomenta o mercado de materiais locais.
Este processo, segundo o ministro, contribui, significativamente, na estabilidade da moeda nacional, porque quanto mais o país procura divisas, mais deprecia a moeda nacional.
Satisfeito com os resultados obtidos da II edição da Expo "Feito em Angola”, sobretudo, pelo maior número de participantes, Mário Caetano João considera também positiva a adesão de empresas ao serviço e às que já lhes foi atribuidas os selos nos produtos.
Lembrou que do período 2011-2012, época em que se iniciou o processo, até início de 2022, o país não tinha mais do que 150 produtos com o selo "Feito em Angola”.
Neste mesmo período, acrescentou, havia uma adesão em média de 10 produtos por ano.
"Quando decidimos revitalizar o processo, trazendo o código QR pelo selo Feito em Angola foi para que os produtos de origem estivessem protegidos e valorizados”, afirmou.
"Desde Abril até Dezembro de 2022, saímos de 150 para cerca de 300 produtos com o selo Feito em Angola, e de Dezembro de 2022 até a presente data, aumentamos 700 empresas. Portanto, aqui estamos em cerca de 60 produtos por mês que aderiram ao Feito em Angola”, indicou.
Segundo o titular da pasta da economia e planeamento, os mil produtos chancelados até aqui representam mais de 250 empresas com a marca do selo Feito em Angola.
Importância da Zona de Livre Comércio
O ministro Mário Caetano João fez saber que com a Zona Continental de Livre Comércio, um produto derivado de materiais-prima importadas tem muito pouca chance de merecer adesão da região e os produtos de conteúdo local com menos de 30 por cento de matéria importada têm muito mais chances no processo.
Em caso de Angola aderir a Zona de Livre Comércio e não tiver produtos que se possam candidatar ao mercado regional, isso significa que o país estará apenas a ter no mercado produtos de outras nações, facto que tem que ser evitado com a elevação e estímulo à industria nacional.
"É tudo uma filosofia, não, tanto por fazer feira, mas, também, por capacitar e estarmos preparados", frisou Mário Caetano João.
O ministro entende, com isso, ser necessário dialogar também com as associações, para que as mesmas possam apoiar na criação do código de barra, uma aposta que o Executivo tem levado a cabo.
Sobre a Expo "Feito em Angola”, elogiou a participação das pequenas, médias e grandes empresas, incluído associações e cooperativas, que tudo fizeram para o evento ser o sucesso que veio a demonstrar.
Outras empresas que tiveram destaque para o ministro foram as micro e pequenas empresas, que adeririam também ao selo Feito em Angola.